toda a poesia
é precisamente a situação
oscilante
de um bêbado à beira do precipício
mas a minha memória
cloaca máxima de rejeitos
espécie de museu
do oblívio
define e consome
as coisas como se só elas pudessem perdurar
para além da nossa mesquinhez
e precariedade
porém
amar não é
entre as diferenças nomeadas cotidianamente
previstas
captar as afinidades subterrâneas suas
dispersas similitudes?
porque há uma relação com a vida
que é de espanto
miragem
além do valor funcional
da serventia
como um E.T. tombado dos céus
que a estudasse com paixão e obstinado rigor
tomando paulatinamente consciência da queda
desarvoradamente
alumbrado diante das coisas
é precisamente a situação
oscilante
de um bêbado à beira do precipício
mas a minha memória
cloaca máxima de rejeitos
espécie de museu
do oblívio
define e consome
as coisas como se só elas pudessem perdurar
para além da nossa mesquinhez
e precariedade
porém
amar não é
entre as diferenças nomeadas cotidianamente
previstas
captar as afinidades subterrâneas suas
dispersas similitudes?
porque há uma relação com a vida
que é de espanto
miragem
além do valor funcional
da serventia
como um E.T. tombado dos céus
que a estudasse com paixão e obstinado rigor
tomando paulatinamente consciência da queda
desarvoradamente
alumbrado diante das coisas
6 comentários:
"pintar um quadro é se engajar numa ação dramática, no curso do qual a realidade encontra-se dilacerada" Picasso.
baita poema, caro cousin.
estáveis inspirado!
abs
Muito bom,é de fazer suspirar
Numa outra dimensão, ah como eu gostaria de ter rimas e hinos de amor para tampar todos esses rombos! É duro perceber que estamos todos no mesmo barco, ETs perdidos bracejando na bruma... Hélas!
uma realidade sem rombos? uma realidade dilacerada? que e quantas coisas vcs vêem... tks a todos (as)
Mas é assim mesmo, uma vez cometida a arte, não mais te pertence, sua presença e função não dizem mais respeito (somente) a você, rsrs
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