Para mim, essa chave não existia até hoje, quando desperto desse sonho com a sensação besta de ter sido enganado esse tempo todo, não quanto tempo, quantas vidas. Como acordando de uma anestesia e ainda sentindo a dor, puto por estar sentindo a dor, porque me enganaram.
A isso se juntou o sonho da noite: perdido num labirinto do metrô, eu precisava de dinheiro para a passagem, mas não tinha, ficava rodando sem achar a saída. De repente vejo um beco estreito, provavelmente quase ninguém a conhecia. Era uma passagem que dava num cemitério, muito cheio de verde, de árvores, dentro do qual caminho muito, mas não acho a saída, continuo andando sem ver portão ou aleias, só vejo gente, mas essas pessoas não tem rosto, seu rosto é negro, feito de pedra e liso. Algumas carregam máscaras de gente, mas dá pra ver que por baixo da máscara é liso e escuro, apenas com o relevo do nariz.
Passo por uma sala de apartamento, cheio de idosos. Uma velhinha está caída. Aponto para um deles a situação (ele me agradece) e continuo em frente. Acordo. Ainda sem ver por onde saio.
5 comentários:
São sonhos (pesadelos) cheios de significado existencial. Eu fico as vezes me perguntando o que de fato não era para Adão e Eva conhecer? O sexo me parece tão pouco! Melhora se com ele vier a consciência da vida, da morte e do desamparo do homem frente a elas. A inocência perdida, a alegria que ficou um pouco travada pelo medo, a incerteza quanto aos caminhos a serem seguidos e suas consequências. Ninguém nem nada nos perguntou. Não há como não se sentir um pouco enganado. Mesmo com essa angustia você encontra como ajudar o outro e ...bem vamos vivendo,né?
PS: esses sonhos poderiam ser interpretados por uma vidente, por um freudiano, jungiano, existencialista e quem sabe até pra jogar no bicho. Bom demais
abraços
Caro Mauverde,
Gostei!
Adoro esta sensação de estar num labirinto.
abs
puxa, e ainda sem achar saida ao final, de tirar o folego!
Houve um tempo em que eu anotava todos os meus sonhos, Angela. Como eles se repetiam constantemente, com pequenos detalhes diferenciados, terminei por deixar de anotá-los... Preciso encontrar esse caderno...
Cumprimentos cinéfilos e apareça!
O Falcão Maltês
Essa crônica, amiga Angela, tem gosto de pesadelo. Mas, com ou sem a tal chave, estamos sempre , a cada nova existência, cruzando a fronteira de outras dimensões...Beijo no coração!
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