sábado, 23 de junho de 2012

nada é real



nada mais certo:
envelheço
choro por qualquer motivo
perco a carteira
confundo rostos, paisagens
esqueço de ligar
o nome à pessoa
o quando e a coisa

viajo, perco países
escuto a tarde em rajadas
descubro
o semblante interior do suicida
apaixonado

penso cada vez menos
no nada,
cada vez mais
― o nada
(dizem os nadólogos)
está vazio de tudo
pleno
de possibilidades

ainda sinto que o mundo é pequeno
pra mim
grande demais para a minha
desimportância

desconfio
nada é o que parece
It’s not a question of when
just how
porque nada absolutamente
nada é real
o
amor

4 comentários:

José Doutel Coroado disse...

Caro filipe com i,
Inspirado!!!
Muito Bom!!!
abs

Júlia disse...

coisa linda

mauverde disse...

É só o que fica. Obrigado por lembrar!

Dalva M. Ferreira disse...

Ai sim. O poema é a tua praia.