― Que bagaça,
esses seus amigos! O que os caras mamaram no churrasco não foi brinquedo... no
final, já tavam tomando sorvete no mesmo prato que comeram a carne, todo mundo
bebia no copo de todo mundo, arrgh! Nojeira...
― Pronto, lá
vem dona Luísa falando de alguma errada minha; hoje o tema mudou da minha família
pros meus amigos... Que tem?, eles são toscos demais pra você, é?
― Pára, que
mania! Você só sabe falar com as mãos? Sabe que detesto esses beliscões... Além
do que, cê tá dirigindo, lembra?
― Fazer o quê,
cê fica tão gostosa bravinha...
― E as
conversas, então? Sempre alguém lembra de uma bebedeira de dois dias que acabou
em alguma versão nacional de Jack Ass...
― Caretona!...
― Sou mesmo,
se é pra achar graça num desmiolado que tomou todas e mais uma, e acabou
dormindo no cemitério... com o carro suspenso entre duas lápides!
― Vai, essa
até você riu...
― Dá pra você entender
que passei a tarde toda rindo amarelo pra não ser a chata do rolê?
― Putzgrila, Luísa,
tira esse limão amargo da sua alma azeda...
― E você, vê
se não tira as mãos do volante. Escuta, não quer mesmo que eu dirija? Cê tomou
várias a mais, tá correndo que nem louco...
― Não quero
pegar a marginal entupida na chegada. Esquece, este aqui só eu dirijo. Cavalo,
mulher e carro...
― Ah, sim, só
estava faltando mesmo aparecer o macho-alfa... essa daí está bem no nível das
conversas de hoje!
― Ok, ok,
vamos mudar de assunto, tá bom assim procê?
(...)
― Antes de te
conhecer, eu tinha uma amiga, a Telma. A gente vivia junta, pra cima e pra
baixo; tanto, que começou a zoação: Telma e Luísa.
― Tem um filme
assim, não?
― Então, todo
mundo falava, mas eu nunca tinha visto... um dia, tô lá sem fazer nada, e pego
esse filme no cabo. E aí é que me caiu a ficha: minha amiga Telma era uma
Telma.
― Não pesquei,
rebobina a fita...
― Cê lembra do
filme?
― Hã-hã, pouca
coisa.
― É o
seguinte: a Telma é aquele tipo de amiga que só te põe em roubada, programa de
índio, enfim, sempre acaba que ela faz uma merda que fode ela e quem tá
junto...
― Hahaha! É
que... a parte que lembro é que as duas fazem um ménage com o Brad Pitt!
― Pára de me
cutucar, porra!!
― Caralho,
você me empurrou, Luísa, perdi o controle...
― Que barulho
foi esse?! Em quê o carro bateu?...
― Luísa, a
gente atravessou a mureta da ponte, tamo caindo na represa... ABRE AS JANELAS,
RÁPIDO, ABRE AS JANELAS!!
― Nós tamo
caindo, caindo!!
6 comentários:
vc fez um comentário profético na parte 2, José António!
Mas intonces vosmecê é a mosquinha que todo mundo queria ser?
Abraço.
P.S.: Esse jeito de virar crasse média quero ver na hora de pagar!
Caro filipe com i,
Adorei esta!
Aliás, se tiver referência cinematográfica é difícil não gostar!
Abraço
E a pobivéia nem bebeu...
Tks, Clarice, a gente tenta...
Sou vegetariana.
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