segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O MUNDO E O FUNDO





Eu daria o mundo e o fundo
em resumo,
ia dar tudo,
para ter de novo o engano.

Engano bobo,
tolo,
ingênuo,
de que aquilo que havia
(ou nem havia)
ia ser eternamente.

Agora,
quando eu olho cara a cara,
e analiso,
e concateno e  coaduno,
já nem creio que era tanto.

Um picolé de groselha,
um trevo murcho,
um anel de faz-de-conta
era o bastante,
e era tudo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Pois não é que uma brisa num dia de calor é tudo de bom, Dalvita?

filipe com i disse...

Mais uma jóia para o seu relicário, Dalva! Daria tudo pela inocência perdida do olhar da poeta

angela disse...

Lembrei da música "João e Maria" do Chico.
Amei!