quinta-feira, 16 de junho de 2011

Revisita


O tempo parou
E eu voltei para beber
Teus muros arcos tijolos
Teus velhos mestres curvados
Teus anfiteatros
A alegria taberneira dos estudantes
O livreiro, agora velho, magro e de chapéu
Tua solenidade, oculta pela aparência moderna
Mostra a cara no portão de ferro trabalhado
Na cara de ferro dos seguranças
Nas enfermarias compungidas
Procurei pelo adolescente perdido
Que errava pelos corredores
Corria, corria, corria
Mas não chegava nunca
Porque não tinha aonde ir
Mas ele não estava lá
Não havia com quem fazer as pazes
Havia o café na cantina vazia
E um tempo que não volta
E não morre

7 comentários:

Climacus disse...

quando não estamos prontos para entender, esperamos; quando enfim começamos a entender, partimos...

mauverde disse...

é bom revisitar o ponto de partida, de vez em quando ;)

Aili disse...

Concordo mauverde!
A gente pode encontrar alguém que a gente gostou muito de ser rs.

abs

Evilim_Reis disse...

Segueeeee meeeeu blooog ?! Poor Favoor #
http://evilimreis.blogspot.com/
Agradeçoo desde já !

filipe com i disse...

o tempo que não volta e não morre - adorei isso!

mauverde disse...

Aili, o contrário também pode ocorrer: encontrarmos alguém que NÃO gostáramos de ser. Creio que talvez seja o mais comum, inclusive... ;)

Missosso, lembrei muito de muita coisa, muita coisa. Quase não dei conta, rsrs... mas foi poético. Acho até que foi por isso que postei.

Climacus disse...

Filosofadas - no Mênon, Platão discute a seguinte aporia sofista: a busca ou procura (zêtêsis) só tem sentido se, de alguma forma, já conhecemos e temos o que procuramos (Heidegger retoma esta aporia no início de Ser e tempo). Ora, se buscamos, como pensa Proust, algo que perdemos, então, buscamos o que já não temos. A aporia de resolve com a distinção entre TER e SER, ou seja, quando percebemos que procuramos não o que tínhamos e perdemos, mas o que éramos e podemos voltar a ser.