quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

tudo que eu achava que não


adeus palavra
saudades me despeço de ti
não sei se tornarei a ver
o Ser
e o Tempo
caminhar de braços
dados além dos abraços
e a minha mão em vôo solo
minhas explicações a sair
pelos cotovelos
o perdido sentido das coisas não é mesmo
para guardar
quero caminhar procurando cheiros
de metáforas
torcidos lençóis ensangüentados
nadas
vais achar
mais dor se fores
forte mesmo assim não olhes
para acasos ou desígnios
meus sonhos contaminam outras casas
que já não são minhas nem roubadas
uma lembrança que já não há
por acaso calarias o silêncio do silêncio
ou pouparias da dor o desespero?
o vazio na mesa da sala ocupa
implacável o central
e a ruas adormecem sem ti
adeus sem
palavra
Entremos.

2 comentários:

José Doutel Coroado disse...

Caro Missosso,
"Adeus sem palavra Entremos"
Forte!!
abs

Dalva M. Ferreira disse...

Ne lembrou a "Sabiá", do Chico Buarque. Onde será que se guardam tantas lembranças?