quarta-feira, 21 de março de 2012

máximas poéticas, poesias mínimas


Louco é quem
sempre tem
razão.

Grandes defeitos
só ficam
bem
em pessoas grandes.

Há só uma réplica
do amor,
e bilhões de amores
verdadeiros.

Temos mais
vontades
do que força
de vontade.

O fraco que se conhece
governa
os fortes que se ignoram.

Na amizade somos felizes
pelo que conhecemos;
no amor,
pelo que ignoramos.

A religião fala toda a espécie
de língua,
e representa toda a espécie
de personagem,
mesmo o ateu.

Crer é poder.

Quando pararmos de enganar
uns aos outros,
deixaremos certamente de viver
em sociedade.

Se ama dando
o que não
se tem,
para receber o que não
existia.

A boa cópia
revela
o mau original.

A sabedoria triunfa
sobre as dores passadas
e futuras,
mas sucumbe
a uma coceira do presente.

A felicidade está em amar
e não no que amamos;
e é por ser o que se ama
e não por ter
o que os outros acham
amável.

O pior mentiroso
acaba dizendo
as maiores
verdades.

Nada se pode amar
senão
em relação
a si.

A paixão primeira
ama o amante;
a paixão madura,
o amor.

O humano não é seguro,
o seguro não é certo,
o certo não é provável,
o provável não é garantido
e
até o combinado pode ser
caro.

Há certos defeitos
que confessamos mais alegremente
do que a virtude.

Antes de cobiçar,
indagar:
quem possui
é feliz?

2 comentários:

Júlia disse...

paroxismos máximos minimizados, delícia

mauverde disse...

Adorei isso! Só acho que se pararmos de enganar uns aos outros COMEÇAREMOS a viver em sociedade, hehehehehehehe