sábado, 21 de março de 2015

o amor é uma fome do outro




dos teus lábios partiram

naves

espaciais mares desfeitos

e ventos

abriam súbitos horizontes

e

por instantes sob

as copas

da floresta embaixo de chuva

as tormentas desabando

dos topos

nevados das montanhas sobre

as brincadeiras

das crianças havia então

aqueles

vales risonhos onde o sol quarava

os anos

parcos da vida humana

leves

mais leves que o balançar da folha

de grama

e esse continente ignoto esperou

por nós

pois trazíamos o amor a juventude

do amor

seu sentido para sempre

oculto a desmemoriada

esperança



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