vem correr por caminhos selvagens
nu como a floresta
suprimida
remoinhar com areia e pó quando a
tormenta diz
bem vinda
alma não temas aqui somente espírito
entre espíritos
e cinzas
mergulha no coração granítico inaudita
cidade
e grita
eu rio eu mar eu pássaro eu céu
porque sou
tal
quando nasci de chão e água e
pedra
diamantina
vem ser rio e correr onde o meu
coração
apodrece
viciado no ar sem ossos ocioso
deserto
poente de um velho vento
amarelo
eu quero respirar o mundo ver e
saber como
os pássaros
aprender a música das ervas encontrar
a hora
turva cor de angústia
eu quero antes de tudo o mar a
grande muralha
deitada
espírito líquido e lascivo de
milhões de braços
enormidade
força gesto revolta destrutiva
e diluviana
a seca o pó a areia o horizonte
deserto
o vazio
sempre foram máquinas de mística
memória
eu vi a chuva cair lentamente
e juro
murmurava
poeira
poeira
poeira
4 comentários:
Gostei muito!
����❤️❤️
Débora
14/03 dia da poesia: parabéns para vc!
👍👍👍
Me lembrou, ou me resintonizou, com meu poemeto DESVIAJANDO, que começa "Vem cá de novo,
voltemos juntos pelas ruas do passado,
alegremente, desviajando pela vida." - só que você cavouca bem mais fundo. Mestrão!
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