sexta-feira, 26 de outubro de 2012





Espera a hora propícia.

Solidão dolorosa,
solidão verdadeira,
corpo e  mente de mãos dadas,  mas puxando em sentidos opostos.


O corpo aqui.

Mas não aqui por inteiro, porque pensa.
E porque espera: o ser "está" aqui, mas "é" lá.


Espera a hora, o minuto, o segundo.

No trono podre,
assumido em falta de coisa melhor.

Espera a alegria vingar. 



É o bunker,

é a cripta,

é torre falsa de marfim sintético. 

Ô mentiraiada danada...
Ô solidão dos infernos! 
Ô inferno ele-mesmo!

Aqui ,
só esperando uma coisa. 


Aquela uma
que impeça a dor de doer.








foto: old lock and key (web)







2 comentários:

filipe com i disse...

traulitada pura! Dalva quando comparece, chega chegando: "o ser está aqui, mas é lá" mata a pau!

José Doutel Coroado disse...

Cara Dalva,
Gostei! Muito!!!...
Abraço