sábado, 6 de março de 2010

Samba?
poesia não cede
nem cedo
de
pura
eu
muitas vezes via
a ínvia
impossível vida
e você a me dizer
apura
no plantio da sensimilla
o chulé verbal
dos vãos trocadilhos
e nessas o poeta
submerso em bruxarias
sua
para pagar o condomínio
sua luz bruxuleia
incerta
seu andar de sátrapa
e os carnês todos atrasados
ainda assim
poeta que é poeta não abandona
existe de pura
teimosia
homero sexual
humilhado
pela nossa cegueira
sem nada
ou ninguém que o valha
o velho lear
insiste
enche o saco de meio mundo
em êxtase
diz a todo momento que poesia é acidente
uma forma rara
do lugar
comum

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"Narciso, quiçá São Sebastião" de Jotacá Rolando

6 comentários:

Climacus disse...

amor e samba, só ao vivo, no particular, ao pé do ouvido!

José Doutel Coroado disse...

Gostei.
poesia é acidente...

abs

filipe com i disse...

a poesia é um acidente, o samba é um imprevisto, ao pé do ouvido ambos são imbatíveis. tks

Dalva M. Ferreira disse...

Ouvi duas vezes a palavra mamulengo nessa semana que acabou... Mais uma palavra da qual eu era isenta, até conhecer você, cara. Você ainda me surpreende, dia a dia, a cada dia. Não sabia que você era assim, superlativaço.

angela disse...

São irresistíveis, quando se percebe está dançando(dançou)

filipe com i disse...

dalva, pensei muito no que vc iz aqui e acho que às vezes é a palavra, noutras é uma coisa-palavra como aquele guardanapo do seu poema.