Horas vagas,
horas longas,
horas vagas e sem importância,
longas horas da gente - outro tempo.
No terreiro.
No terreiro.
Cantam chatas
e agudas
e ocultas,
milhões e milhões de cigarras.
No ramo da acácia balança um pardal.
Dois pardais,
três pardais, mil pardais!
O raio de sol
fura a moita de antúrios
e avencas
e inhames,
No caco de vidro,
e bate no caco de vidro, reflete.
E brilha. Rebrilha. Reflete.
E brilha. Rebrilha. Reflete.
No caco de vidro,
na gota de chuva,
na bacia de roupa de molho,
na pocinha escura de água da chuva.
na pocinha escura de água da chuva.
Longas horas,
horas longas,
olhando coisas,
sentindo coisas,
sem pensar, tão somente deixando existir.
E os pardais, mais pardais, mais pardais...
4 comentários:
sen-sa-ci-o-nal!!! Tem o ritmo morno das horas mortas da tarde e tem a agilidade dos pardais - parece simples, mas vai tentar!...
Parab´ns, seu blog é muito bom mesmo.
Bj
É de encher os olhos e a alma!
Lindo, lindo e lindo!
beijo
Cara Dalva,
"E brilha. Rebrilha. Reflete."
Brilhante!
abs
Postar um comentário