sexta-feira, 15 de maio de 2009

Mulher com cigarro, técnica mista


bebi raízes

na carne da montanha

dormi

despido por lençóis d’água

envernizado

na tua sala de estar-mogno

não sou de louça!

não tenho margem de manobra

não tenho quadris, nuca, nádegas

nem clarão fugitivo por onde o sentimento siga no encalço

minha cabeça de edemas

agudos

minha face bolachuda de angosturas

kármicas

sete perguntas quem era

sereia, sirene, verbena

veneris die

simultaneamente doce

instantaneamente morno

entregue às margens que estavam ali

enlaçadas ao vislumbre

da sarça ardente

ao corpo mal contado

e narrativo

ao menos deixa

ao menos por hoje

deitar

na cozinha da tua alma

3 comentários:

angela disse...

"Virtude vegetal viver a sós
E entretanto dar flores".
Antonio Gedeão

Virtude humana a da sarça, arder sem queimar

filipe com i disse...

arder, queimar, tudo dói...

angela disse...

e como doi...