No amor, a multiplicação do nada: dar o que não se tem
Receber do outro o milagre que ele(a) nunca pôde haver
E, neste comércio de impossíveis, construir o mais louco dos paraísos
Quando jovem corria para o abismo, mesmo porque a neblina me cegava
Hoje, caviloso, poupo moedas para a velhice, sentindo que abraço nuvens
Ando às escuras, bem sei
Receber do outro o milagre que ele(a) nunca pôde haver
E, neste comércio de impossíveis, construir o mais louco dos paraísos
Quando jovem corria para o abismo, mesmo porque a neblina me cegava
Hoje, caviloso, poupo moedas para a velhice, sentindo que abraço nuvens
Ando às escuras, bem sei
5 comentários:
Caríssimo,
Estes 'versos' falaram-me diretamente. Só a maturidade nos permite determinadas conclusões.
Mas será que andamos, mesmo, no escuro?
Abs
Daniele
r we having a moment here???
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas.
(Mario Quintana)
veio lindo o poema.
"neste comércio de impossíveis..."
que expressão incrível!
próprio questo! (diram os italianos)
e não é isso?? uma sede em dar o que não se tem?
entregar tudo, topar o sacrifício, caminhar rumo à morte de tudo que diferencia... de tudo o que se é, e que faz com que se seja...?
como é suspeito que tudo isso pareça verdade mesmo.
" e no amor, a multiplicação do nada"
que tema mais dialético, o amor, pensando agora.
a possibilidade de existência do nada, quando se pensa ter tudo
o vazio em meio ao excesso, àquilo que não cabe em si e transborda
"o mais louco dos paraísos"
sem dúvida louco. desvairado. sem medida e juízo. sem céu nem chão.
sem medida, sem limite.
ansioso de si mesmo...
não é?
(desconfio...)
caramba, leitoras, vcs me emocionaram!!!!
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