segunda-feira, 11 de maio de 2009

transformei meu amor em noite para te dar as estrelas

Ilustração: Thiago Boemeke

No amor, a multiplicação do nada: dar o que não se tem

Receber do outro o milagre que ele(a) nunca pôde haver

E, neste comércio de impossíveis, construir o mais louco dos paraísos

Quando jovem corria para o abismo, mesmo porque a neblina me cegava

Hoje, caviloso, poupo moedas para a velhice, sentindo que abraço nuvens

Ando às escuras, bem sei

5 comentários:

Daniele Thièbaut disse...

Caríssimo,

Estes 'versos' falaram-me diretamente. Só a maturidade nos permite determinadas conclusões.
Mas será que andamos, mesmo, no escuro?

Abs
Daniele

Anônimo disse...

r we having a moment here???

angela disse...

Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas.
(Mario Quintana)
veio lindo o poema.

Carolina Platero disse...

"neste comércio de impossíveis..."
que expressão incrível!
próprio questo! (diram os italianos)

e não é isso?? uma sede em dar o que não se tem?
entregar tudo, topar o sacrifício, caminhar rumo à morte de tudo que diferencia... de tudo o que se é, e que faz com que se seja...?
como é suspeito que tudo isso pareça verdade mesmo.

" e no amor, a multiplicação do nada"
que tema mais dialético, o amor, pensando agora.

a possibilidade de existência do nada, quando se pensa ter tudo
o vazio em meio ao excesso, àquilo que não cabe em si e transborda

"o mais louco dos paraísos"
sem dúvida louco. desvairado. sem medida e juízo. sem céu nem chão.
sem medida, sem limite.

ansioso de si mesmo...

não é?
(desconfio...)

filipe com i disse...

caramba, leitoras, vcs me emocionaram!!!!