rondou por horas
o tormento desde o telefonema
dela
chegou, finalmente, atrasado
rezando
para que já tivesse ido embora
então
teria uma desculpa para
sair por aí,
nenhuma mulher com o bom senso e o juízo
e o orgulho
no devido lugar, perderia a chance
seria o retorno à paz
e ao desespero
àquilo que mais estava acostumado:
a infelicidade familiar traduzida
pelo gosto de nada na boca, involuntária,
a saliva
começou a descer-lhe
pela carne,
ganchos de ferro arrancavam
nacos de pele, tufos, fios soltos,
(a libra de Shylock)
o apartamento em polvorosa
uma meia de náilon pendurada numa cadeira
como o rabo de um gato
que não pode mais
sorrir
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
de leveza são capazes diversos elementos, vários gases
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Um comentário:
Ô tristeza... imagino a meia (preta) murchinha na cadeira: um rabo de gato triste.
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