quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Claudinha


Repete o bordão
A frase, o machado
Risca o chão
Nem pisca
Não
É não e acabou


Encolhe-se num canto
Pranto, a fúria da mãe
A despedaçar a tua casa
A virar tua mesa
Os pezinhos delicados correm
Tentando evitar os cacos de louça
Mas não conseguem
Nunca conseguiram


O refúgio no amado
Equilíbrio
Tranquilidade
Sofreguidão
Tatuados a fogo na perna
Pra sempre
Mas pra sempre
Não pode ser pra sempre
E isso dói
De esvaziar o intestino
De sangrar de raiva


De tanto achar que a parede
Não acaba
Acaba convencida