Andavam à solta nas chapadas
Se enfurnavam nas matas de buritizais
E chafurdavam nos riachos e nascentes
Cabeças de fora nas águas do Parnaíba
Pele ruiva, rabo curto, focinho arisco
Sobre a mesa um guisado de aromas
Que transmitia à cuia de farinha
E aos sabores dos fogões do sertão
Trempe no fogo, panela de ferro...
E hoje só te temos nas figuras rupestres
Que o homem primitivo conservou
Primitivos fomos nós que te fizemos em extinção...
(edmar oliveira)
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Pintura rupestre, símbolo da Fundação Museu do Homem Americano, São Raimundo Nonato, Piauí.
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Pintura rupestre, símbolo da Fundação Museu do Homem Americano, São Raimundo Nonato, Piauí.
6 comentários:
Car Edmar,
muito bonito seu poema.
pena é que as capívaras não tenham sobrevivido para o poderem apreciar.
Saibamos nós evitar que novas extinções nos possam ser assacadas.
abs
foi a anta, seu moço, foi a anta do ser humano! pobres antas, elas não merecem a comparação; este blog tá numa velocidade incrível: nem bem tinha me recuperado do poema do Mauverde...
mas foi o Malverde que provocou com o verso "a pesquisadora isolada no sertão do Piaui". Niede Guidon é o bicho. E é a ela esse poema...
Edmar
Acompanho as capivaras a muito tempo, por várias razões de forum intimo..rs e sei que estiveram em perigo de extinção e sua caça foi proibida. Hoje em dia elas são mais de 400.000 só no pantanal e os fazendeiros querem liberar a caça pois elas arrasam com os pastos e plantações. O ibama pede que façam cercas. Já teve uma família passeando pelo rio Pinheiros e também apareceram na Lagoa Rodrigues de Freitas no Rio. Tudo isso não invalida a beleza do poema.
beijos
É há quem diga que não somos mais primitivos , isso eu duvido , pois somos carnivoros , impetulantes , e sobre tudo raivosos , onde está o ar de não primitivismo nisso tudo?
bjs ;*
ainda bem que as capívaras sobreviveram... lamento é que na serra que leva seu nome porventura não existam mais...
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