terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

ninguém manda no Amor




Pode o Amor perder na vida,

a nem todos é dado amar.

Quem domina a vida é a morte;

que vai a tudo e todos matar.

Mas não entra no coração a Morte

quando nele fez morada o Amor.

Manda na vida a Morte,
na Morte manda o Amor.




5 comentários:

angela disse...

Tão bonito, estou um pouco impactada e não sei o que dizer além disso: é lindo seu poema.

Climacus disse...

ando encantado com o Darwin e com sua evolução, que é mais um aperfeiçoamento, teleousi, na língua de Aristóteles, um ir ao fim (télos) das coisas. ocorre que para dar origem às espécies é preciso apaixonar-se, quer dizer, deixar de ser o que se é para tornar-se outro, outra espécie, sem deixar de fazer parte do gênero homem. o que trava tudo é o medo de deixar de ser uma espécie no confronto com um outro.

o que há de aperfeiçoamento nisso?

a cada grande paixão, uma nova espécie, é a ampliação de um gênero, de uma vida que não se finda nela mesma, que dá ao outro a criação e a possibilidade de criar. adeus morte. complicado? não, simples assim: "Minha música vem da/ Música da poesia de um poeta João que/Não gosta de música" Caetano Veloso, Outro retrato.

José Doutel Coroado disse...

Caro Missosso,
Gostei.
exagerando ao absurdo: a cada novo AMAR matamos a MORTE...
Ora aqui está a receita para a imortalidade! Amemos cada vez mais, cada vez mais pessoas se tornarão imortais.
No mínimo, conseguiremos "das leis da morte nos libertar"!!
abs

filipe com i disse...

bem, só posso dizer que meus leitores vão mais fundo que este simplório bardo... amar é mesmo ir mais fundo e mais longe que o fim físico.

Norma Villares disse...

Realmente muito bonito. Fui indicada por Angela que gostou muito de seu blog.
E estou acompanhando-o porque tem alma.
Grande abraço