meu
coração é um ninho de sombras
onde
o amor vive de rastos
e sobras
usando
variações inseparáveis
a mente brinca de espelho
sob uma razão necessária
constitui
as funções nas quais
os espelhos são variáveis
em si
a arte conserva
e é a única coisa
no mundo
que se conserva
a arte conservadora
conserva merda
em latinhas onde se lê: "merde d'artiste"
a obra de arte
é um ser ainda
não descoberto
um animal de sensação
e nada mais
ela existe sem
fim
5 comentários:
agora entendo um pouco e de uma certa maneira, a ideia de Nietzsche: "tenho a arte para não perecer com a verdade". Quando está ela ai, toda inteira, a verdade plena e sem falta, ou bem percebemos que ainda resta uma imperfeição, algo para fazer e refazer com arte, ou perecemos mesmo com a verdade.
meu
coração é um ninho de sombras
onde
o amor vive de rastos
e sobras"
Vou roubar esse pedacinho de você e usar como bandeira. Tão bonito e tão definitivo.
Caro Missosso,
estou como a Dalva: ...tão bonito e definitivo a sua montagem para o amor.
quanto à arte, bem... concordo: "ela existe sem fim" e eu acrescentaria (mas com ressalvas...) e sem fins!
abs
Caro José Doutel Coroado, venho retribuir o gosto que foi o regito da sua visita, confirmada pelo comentário. A estória é ficção, no entanto explorando certa supertição que engrossa a ignorância em meios rurais.
Obrigado pela visita, volte sempre, que farei o mesmo. Abraços!
verdades inteiras seriam insuportáveis e mortíferas se não fosse pela poesia, quanto à arte, chegamos ao consenso de que é sem fins.
Postar um comentário