segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Martýrion


Foto do espetáculo "Bardo" de Toru Shimazaki




deî gar hyper tôn aphanôn tois phanerois martyríois khrêsthai” (Aristóteles, Ética a Nicômaco, 1104a).

“pois devemos recorrer à prova/ testemunho (μαρτυρίοις) das coisas visíveis em defesa das invisíveis”.





martýrion = prova, testemunho, evidência. No grego cristão designa a prova da verdade pelo sacrifício, por isso a palavra martyr.
No latim cristão martyrium significa: testemunho de fé, o que se consagra a um santo. (Dictionnaire étymologique de la langue grecque, p. 660).


"In Japanese, 'bardo' describes the uneasy, suspended state of body and mind in the weeks immediately after death. " (Hedy Weiss, Chicago Sun-Times, September 2006).

7 comentários:

Anônimo disse...

Essa foto ficou incrível.

Anônimo disse...

sabe, tenho respeitado muito as coisas "menos visíveis".

há que se dignificar principalmente, crieo eu, aquilo que não se vê. aquilo que é mistério.

há que se buscar ouvir justamente o silêncio das coisas.

(assim têm sido para mim...)

filipe com i disse...

há um filme japonês sobre esse "bardo": Depois da Vida. Como Carolina, busco o silêncio misterioso das coisas; sinto que sou cada vez mais governado pelas coisas invisíveis: o deus-mercado, a poesia, a memória...

Anônimo disse...

Prefiro pensar que os mistérios estão nas coisas visíveis. O silêncio só é virtude para os mortos, afinal como já disseram, somente para eles não existem ferrolhos.

Climacus disse...

"Existe, há algum tempo, uma curiosa primazia conferida ao 'invisível' através de uma literatura confusa, cujo interesse desaparece se se observa que o visível pode ser escondido, mas que o invisível não esconde nada: pode ser conhecido ou ignorado, sem mais. Não cabe conferir ao invisível mais importância do que ao visível, ou inversamente" (Magritte, carta ao Foucault, em Isto não é um cachimbo, p. 28).

Pareceu-me semelhante ao que você disse, deve ser pensamento de pintor.

Anônimo disse...

Será que pintor pensa? Vamos imaginar que sim.
Pensa que...

Anônimo disse...

carolina, é exatamente assim, existem coisas que estão ali na nossa frente, mas que apenas serão compreendidas através desse tempo "em pausa", por isso há mesmo que se dignificar o invísivel... tenho experimentado esse silêncio tb. e, penso, é ele quem mais abarca as possibilidades infinitas.

sophia h.