terça-feira, 23 de setembro de 2008

Como um balé mecânico, ao compasso da repetitiva sinfonia dos metais que rangiam

Elle se glissa au-dehors, en disant tout bas,
pour elle-même:"Je reviendrai..."
Au hasard, dans la nuit, où va-t-elle?

As flores não envelhecem honestamente como as folhas,
lambisgóias maquiadas demais,
até as mais etéreas desbonitam no centro, onde a mancha felpuda
dos órgãos sexuais

(ah sim,
o pudor é a epiderme da alma, etc., etc.)

já que a gestação se passa na água
nascimento
o assunto é ar


No pretexto do seu esporte com as palavras
lá está o idiota
no trottoir do seu biscate com os afetos
lá está o poeta
coçando o gatilho da Glock, encafuado dias e noites na campana absurda
lá está o idiota
dormindo na pontaria da AR-15
lá está o poeta
mirando na superfície turva-essencial-lascivo-opaca-flamboyant
do ser

4 comentários:

Dalva M. Ferreira disse...

Assim fazendo, o verso ricocheteia.

Não me canso de te estranhar!!!

filipe com i disse...

se não te conhecesse pessoalmente, não saberia quanto vc difere de si própria tb...

Siddartha disse...

Pois é, pois é... um escritor e tanto... e poeta de primeira, com certeza!

mauverde disse...

A poesia é armadilha.