domingo, 20 de julho de 2008

Dois Caminhos


Eu ainda estava dentro dela
E os ventos me tomaram
Deixaram-me vazio assistindo
O sussurro que trouxeram escondido

Adormeci tão fundamente
Que as imagens se fizeram vivas
As mensagens se fizeram loucas
Mas eu queria que tivessem sentido

Eu precisava.

E disseram: ouve! Filho do vento,
Teu caminho e tua batalha
Ouve tua escolha
Abraça-a

A alma, aqui, tem dois caminhos:
Um é o caminho da Terra
e aquele que o escolhe
Conhece a caridade,
o trabalho ao próximo
O incessante orar
As instituições que o amparam
A resignação e as pequenas alegrias

Conhece assim todos os meandros dos homens,
suas mazelas e descaminhos
Suas belezas
A areia de seus castelos

O outro é o caminho do Céu.

Acordei. E não podia nunca mais ser o mesmo.

Um comentário:

filipe com i disse...

bravíssimo MV, este seu belo poema-sonho-declaração de amor me lembra os dois caminhos de Proust: o que levava a Guermantes e o de Swann; frivolidade e pureza, superficialidade e integridade. Quem estará seguro de suas escolhas? Leia o post de hoje 24/07 como uma resposta ao seu depoimento...