quinta-feira, 31 de julho de 2008

despertar a alma é o fim último da arte


a arte destrói o humano
no homem
desperta
os últimos apetites
do espírito
Não somos rodeados por belas paisagens da natureza
mas por seres de estrutura diferente da nossa:
colinas,
rios,
semi-colcheias,
séculos e revólveres
São batalhas sublimes contra si mesmo (no íntimo de pessoas?)
não há, não pode haver, conciliação do Absoluto com a subjetividade
você me pede style,
eu, falsos instrumentos,
que substituam maneiras, visages, façons,
antes de pagar a conta,
vem a sua carta na manga, certeira, diabólica,
― a arte de viver será uma das belas-artes,
troque seu mapa de estrelas por um novíssimo GPS,
se oriente rapaz, qualquer problema pode ser fracionado em três dimensões:
a) afirmação do senso comum;
b) derrogação deste por uma posição antípoda;
c) anulação de ambos com o argumento da falsa dicotomia(fundo/figura, forma/conteúdo, essência/acidente, minimal/conceitual, trocadilhos, polissemias, a ambivalência irredutível da linguagem, etc., etc.)

2 comentários:

Dalva M. Ferreira disse...

Que orgulho! Pena que é tão difícil ser profeta em causa própria... Ou será que eu misturei os provérbios? Sei lá, serei direta: ADOREI DE PAIXÃO! Houve momentos em que eu quase entendi. Depois passou.

mauverde disse...

Se ficasse nos primeiros cinco versos, já teria dito tudo, hehehehehehehehe