domingo, 20 de dezembro de 2009

a lógica aberta da poesia

Fotoforma - paralelepípedos em Botucatu, 19/07/2006. Bruno Urbanavicius


a linguagem codifica um conjunto de regras

sistema de trocas entre signos

ela não diz respeito às cosmicoisas do mundo

mas pretende

qualquer obra tem a pretensão de não ser interpretada

a não ser pelos seus próprios jogos

toda arte precisa trazer a crise para o código

potencializar revelar ausências ignotas desvios falhas

na estrutura

abolido bibelô de sonora inanidade

na poesia não há deus nem sujeito

oculto ou enunciado

o poema invoca um dialeto desconhecido para melhor

se perder na linguagem

poesia é a cifrada mensagem que arrebenta o código

interrompendo a série prosaica

assim como a fala arreganha a língua

alimentando mensagem código fala e língua

a arte aumenta a percepção a poesia desdobra

o conhecimento

das palavras

das coisas

do amor
que há

ENTRE

2 comentários:

angela disse...

Abre a janela para o inesperado.

mauverde disse...

Entro!! :D