terça-feira, 17 de junho de 2008

Cidadão Arte Clube 14/06 - Espaço Cultural Cidadão do Mundo

Parecia uma noite como outras e não era, porque nesta a poesia era agora. Era conosco.
Celebramos com café, uma tensão natural e excitada, aumentada ainda pela chegada da Milene, linda, fresca, sorrisos. Chegamos ao evento cedo, armamos o ampli, os pedais, os textos, oa planos, a câmera. As imagens preparadas não podiam ser exibidas - teríamos de fazer a imagem do palco, da música, do texto. Sem acessórios. Não era brincadeira.
Rodas de conversa aqueciam a prévia, e o Escritor realmente estava lá, como a Fabi disse. Flip mansamente se achega e em cinco minutos está sustentando um debate com ele, que se mantém depois que a roda se dispersa. Eu fico assistindo e de certa forma me orgulho.
Passam os vídeos do Maicknuclear e Jam faz uma observação interessante: é legal justamente porque o Maick parece que faz EXATAMENTE o que quer fazer. Aquela forma e mensagem são a praia dele. E o que ele quer dizer chega até nós. Vem o Manoel declamar Maiakovsky e não é que seja ruim, mas é longo e não consegue manter a atenção. Foi estranho, pois os poemas são bons e a atuação é boa. Mas cansou um pouco.
O Mendez começou aquecendo, e como o Luiz não pôde estar lá, subi pra fazer a cama pro poema dele. Lírico, há um século ele teria sido facilmente um parnasiano. Apaixonado, extasiado, debaixo da pele dura e do riso forte talvez um adolescente tateando, adivinhando a próxima descoberta.
E aí era com a gente. A nossa vez de tirar o coelho da cartola. E trouxemos a nossa voz, nossos instrumentos, Jam e Flip duelando no poema dele; a Jam depois interpretando a chuva, terminando no chão ao som das minhas vozes, nunca a poesia do Flip me pareceu tão revestida do diáfano, ele que às vezes é cru quase de propósito. O Carlaccio veio depois, mas já o acompanhei como um sideman, era mais um jazz, mas um bom jazz sacana, com algumas doses de pinga e canela. O Coletivo Maloqueirista depois tentou manter a magia, mas era tarde e o caos do que se proclama underground entoou sua litania auto-indulgente e dissipou as estrelas pouco a pouco.
Agora era dormir e pedir à alma que guardasse consigo a noite.

Um comentário:

MARCELO MENDEZ disse...

Grande satisfação em conhecer o espaço, grande honra ser teu amigo e te-lo ao meu lado no palco Verderame. Sabes o quanto te admiro e te quero bem. E rapá... Que descrição linda fizeste de minha pessoa... Amei! hahaa
Grande abraço, salvei teu blog nos meus favoritos e sempre virei. Beijo na patroa senhora dona jamila!